Mais do que ter sido (ou não) um grande concerto, a presença de Charles Gayle provou-me mais uma vez que a Música tem o poder de salvar, de renovar, de injectar em quem a ouve ou em quem a faz uma energia ancestral, primitiva que que nos ajuda a manter-nos vivos, a viver o dia seguinte.
Fragmentos de bebop, hinos e cânticos religiosos, Giant Steps, estilhaços de melodias de Ellington, Ayler a pairar sobre a cabeça deste velho de quase 80 anos, constituiram,mais do que um concerto, um desfile cinematográfico de imagem de uma vida, de momentos, de encontros, que ficaram gravados na alma de Gayle. A sua história.
E homem de estórias que ele é.
O concerto acabou com Gayle a contar estórias sobre os há muito perdidos companheiros ."I could be telling you depressing stories all night" ... Sobre a morte de Ayler, sobre a Mafia, sobre Coltrane e sobre os seus últimos dias. Sobre Nova York, sobre o ego e como se livrar dele. Sobre palhaços e narizes vermelhos.
Uma aula sobre a Vida.
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