A coisa passa-se em 1952. A 15 de Julho, faz hoje precisamente 62 anos.
Charlie Parker foi convidado a tocar no rancho do artista plástico Jirayr Zorthian um conhecido e excêntrico artista plástico em cuja casa, a norte de Los Angeles, se reunia regularmente uma comunidade de gente tão flutuante como colorida e onde nos podiamos facilmente cruzar com Andy Wharol, Bob Dylan, Andres Segovia ou Richard Feynman (prémio Nobel da Física). As festas eram frequentes e frequente era a participação de músicos, poetas ou dançarinas, em animados (ás vezes animadíssimos, como veremos...) serões pela noite dentro.
Marcado para as 9.30 da noite, só por volta da meia-noite aparece na estrada de terra que vai ter á casa, um camião que transporta o piano a ser usado nessa noite bem como os músicos da banda de Parker. Mas de Parker... nem sombra. Os músicos, esses, pensavam que Parker já estaria no local...
O sr. Zorthian , preocupado no seu papel de anfitrião, insiste para que, mesmo sem o leader, o grupo toque alguns temas.
O grupo era constituído por alguns dos músicos de jazz mais ativos na cena de LA á altura. Lawrence Marable na bateria, David Bryant no contrabaixo, Amos Trice no piano Don Wilkerson, um saxofonista tenor ao ao estilo do Texas (honker) no saxofone tenor sax e o jovem Frank Morgan, de 19 anos á altura destes acontecimentos, saxofonista que teria sido convidado para “aparar as baldas” do leader, e não me refiro a “baldas” de carácter musical já que os atrasos, a ausência de saxofone onde tocar ou a pura e simples não-comparência de Parker eram famosos.
Ao fim de uma hora de música, para regozijo e excitação dos presentes, aparece Parker. Instado a subir de imediato ao palco, apenas responde: "No, I think I'd rather go swimming." Calculo a cara do anfitrião com esta resposta de Bird. Um mergulho? quando já devia estar a tocar desde as 9.30 da noite?
Depois de muita insistência Parker sobe ao palco.
Pouco depois de isso acontecer, uma das belas convidadas presentes aproxima-se de Zorthian e anuncia : “Se Bird me pedir com jeitinho, faço um striptease para todos”.
Mal Parker, sabe disso, desce do palco, atira-se de joelhos á frente da jovem e implora: “Please, please!”.
De imediato a beldade senta-se num cavalo de baloiço, construido pelo próprio Zorthian e inicia o seu strip enquanto a multidão grita “Tira, tira, tira!!!” e a confusão instala-se . Parker, de regresso ao palco, lugar previlegiado para assistir ao espectáculo, baixa as calças e, em shorts, sopra um sensual “Embraceable you”!!!
Conta Zorthian que em pouco tempo, quase todos
os presentes estavam em pelota a assistir ao strip da beldade ao som da bela música de
Bird.
Do resto da noite não há notícia detalhada ....Apenas resta a gravação da música criada nessa noite por Parker e o seu grupo , gravação feita pelo irmão de Julie McDonald, uma escultora amiga de Zorthian e, crê-se, a “West Coast girlfriend” de Parker. Mais sobre o Zorthian Ranch
Estas gravações foram detectadas e trazidas á luz por John Burton, especialista em Charlie Parker e ex-candidato a governador da Califórnia
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