Noites do Parque 2004/07


Agosto, noite de calor em Torres Vedras, vontade de ouvir música e de repente, lembro-me....“Noites do Parque”  !!! Será que ainda existem ?"
Para quem não saiba (e serão muitos) o ciclo “Noites do Parque” foi uma invenção minha durante a existência da Escola de Jazz de Torres Vedras que contou com  a parceria da Câmara Municipal nos primeiros (4) anos e para o qual formulei dois objetivos: 1º) proporcionar animação cultural aos Torrienses (muitos) que não vão a banhos já que durante Agosto a cidade parece que deixa de existir, com toda a atividade cultural e balnear a  concentrar-se em St. Cruz) 2º) Dar especial relevo á habitualmente chamada World Music, género até então muito pouco frequente nos espetáculos musicais em Torres Vedras.

Se durante 4 anos  todo o conceito, programação e design do ciclo esteve a meu cargo – com um sucesso sempre crescente , diga-se - no 5º ano fui informado que, a partir daquele momento, a autarquia tomaria conta da programação.  Agora que o sucesso do ciclo estava instalado e garantido, era o "adeus ó vaitembora".....Nada de novo debaixo do Sol, pois não?
Enfim.... hoje, curioso de saber se as Noites do parque ainda existiam e que era feito delas (ao fim e ao cabo foram "as minhas meninas"),  googlei.

Fiquei aqui a saber que sim, ainda existem. Pelos vistos ocorrem em 3 sextas-feiras de Agosto mas eu, que até estive por cá, confesso que não dei por nada. Insuficiente divulgação? Talvez. Dos grupos que atuaram, houve, pelo que consta, “sonoridade nómada”, “o rock e o folk"; e, a terminar....."distintas culturas e sonoridades tradicionais”.
Por um lado ainda bem que a Autarquia  continuou a "rever-se” no meu projeto inicial no que respeita á World Music; por outro, que pena que tenha deixado cair a componente africana deste ciclo. Vá-se lá saber porquê...
E ficaria por aqui se o calor desta noite de Agosto não me levasse ainda mais longe nas minhas memórias.
 E revi o prazer que deu fazer tudo, desde programar o ciclo, dar orientação na montagem de estruturas, levar os músicos a jantar (sem dúvida uma das partes mais divertidas) ou resolver mil e um problemas logísticos como por exemplo, avisar a tempo os serviços de rega automática do Parque para evitar que, de repente e sem aviso, músicos, instrumentos e material elétrico levassem um banho forçado (o que aconteceu na 1ª edição) !!!
Confesso que gostei muito de fazer as “Noites do Parque”  e de ter conseguido para elas o sucesso que manifestamente, tiveram.
                                          Noites do Parque 2006- Sabor Cubano( Cuba)

                                                  Noites do parque 2005 - Carlos Có (Guiné-Bissau)
 
 
                                                      Noites do parque 2004
 
E gostei tanto de as fazer que mais difícil foi perceber (e até hoje não consegui) como, no último ano em que eu (ainda)  fiz a programação, a Autarquia  - que sempre afirmou a pés juntos apoiar as iniciativas culturais locais - questionou (pela 1ª vez) a minha escolha musical ,  instando-me  a retirar do cartaz a Big Band do Oeste, ela própria, um grupo local que, com o enorme esforço concertado de um grupo de pessoas, eu incluído, conseguiu atingir um nível musical semiprofissional do qual todos nos orgulhamos, sendo a mais jovem Big Band do País e sendo convidada para tocar em muitos locais – com excepção de  Torres Vedras onde apenas se apresentou uma vez após a sua estreia).
Pois é.
Aprendi imenso. Aprendi muito e em muitas áreas mas o que eu aprendi realmente foi que não vale a pena perder tempo com políticos e os seus jogos ...Mas isso não é nada que não tenhamos já todos aprendido por esta altura....
 

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