A história é a seguinte :
Eugene Smith, fotógrafo, convenceu-se que ouvir rádio enquanto revelava, melhorava a qualidade das suas fotografias. Apaixonou-se pelo jazz durante as intermináveis horas na câmara escura.
De resto, apaixonou-se por tudo. Tudo o que podia ser ouvido. Música, poesia, sons da rua, enfim, qualquer tipo de som.
Em 1957, para além de fotografar em todas as direcções, passou a grava tudo á sua volta. Compulsivamente.
“Armadilhou” com microfones os 5 andares do prédio onde vivia. Morava num loft no Flower district de Nova York, um daqueles enormes open spaces que se vêm nos filmes.
O edifício –the Jazz Loft - era frequentado por inúmeros músicos de jazz que vinham tocar, estudar e aprender uns com os outros, discutir isto ou aquilo ou simplesmente estar. Caixas e mais caixas com fita gravada foram-se empilhando nos cantos da sua casa. Eugene morreu em 1978. Durante 20 anos essas caixas ficaram esquecidas até que Sam Stephenson, um melómano e estudioso, as descobrir e começou, pacientemente, a ouvir todo o seu conteúdo.
Uma mina de ouro para os amantes de Jazz.
Desde gatos a miar, ou gente a discutir, há horas e horas de jam sessions, de músicos a ensinar temas uns aos outros, Monk a tocar com os amigos, horas de aulas de Hall Overton, famoso professor da Julliard durante o dia e professor “lá em casa” durante a noite. A “jóia da coroa” destas fitas é a gravação do ensaio de Monk para o seu famoso concerto no Town Hall. Fabuloso por ouvir momentos musicalmente tão tão intímos do trabalho de Monk. A série de programas agora estreada - “the Jazz Loft Project” - pode ser ouvida AQUI

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