Confesso que a personagem de Lou Donaldson sempre me irritou. Da música nada tenho a apontar.E quem terá algo a apontar musicalmente a um homem que entrou por mérito do seu talento para a história do Jazz e se manteve "in business" por mais de anos? Mas falando da "personna" do sr. Donaldson o caso muda de figura.
Desde que, entre dois temas, aquando do seu concerto na Aula Magna (onde brilhou o jovem Mário Laginha) , o ouvi depreciar a música e o papel do Miles da última fase fiquei com uma imagem bem clara de tudo o que, para mim, não deve ser um artista. Depreciar um criador como Miles cujas cinzas têm mais frescura do que os cliches estafados de Lou Donaldson não é de bom tom, é injusto, vai contra a mais elementar ética e define da forma mais infeliz quem o faz.
Enfim, por essa altura, cortei-o da lista das minhas simpatias. Não que o tenha deixado de ouvir...ainda por cima todos (muitos...) os dias. O indicativo dos "5 minutos de jazz" (Blue Lou, de Lou Donaldson ) transformaram o seu sax alto - e ainda bem - num icon do Jazz em Portugal. As opiniões do saxofonista bem que as dispensamos ... mas não temos essa sorte.
Pelos vistos não foi apenas o palco da Aula Magna que mereceu a arrogância e reaccionarismo do "Blue Lou".
Recentemente, no Festival de Jazz de Portland, onde tocou, Lou Donaldson deu largas á sua "verve" musical ... mas, infelizmente, não só.
Lou regalou o público que assistiu á "Jazz Conversation" - um espaço de debate integrado no festival- com diversos "acepipes".
Miles Davis voltou a ser o visado pela maledicência de Donaldson assim como o rapper 50 Cent (”not worth a quarter”). E não é que teve piada? Mas a coisa não ficou por aí.
Segundo o sr. Lou ele próprio seria "the only real jazz artist" presente no fim de semana de concertos. Diga-se que do cartaz faziam parte gente como Bobby Hutcherson, Patricia Barber, Aaron Parks, Kurt Elling, Pat Martino e Jane Bunnett.
Depois de informar os presentes que a música de gente como Eric Dolphy, Ornette Coleman ou Tom Scott nada tinha a ver com o Jazz, definiu o saxofonista Frank Morgan como "phony" (fraude) e - no mesmo folêgo - Cannonball Adderley como não sendo nada "do que se diz pr'aí ". Sobre Monk limitou-se a dizer que era um pianista horrível. Que era um génio como compositor mas simplesmente não sabia tocar...
Ok. Hans Groiner (ver post seguinte) não inventou nada. Está visto que apenas se inspirou no sr. Donaldson.
Grande Donaldson. Grande jazzman.
Qual Alberto João Jardim, sem papas na língua, ensina-nos o que é o Jazz, quem toca e quem não toca.
Tudo isto cheira a môfo, muito môfo. Cheira á poeira que se acumulou nas dobras encefálicas do sr. Donaldson, as mesmas que servem para produzir a sua música .
E para provar que a idade nada tem a ver com o tal môfo aqui fica o Noneto de Lee Konitz. Ganda Konitz, Deus te dê saudinha!
Desde que, entre dois temas, aquando do seu concerto na Aula Magna (onde brilhou o jovem Mário Laginha) , o ouvi depreciar a música e o papel do Miles da última fase fiquei com uma imagem bem clara de tudo o que, para mim, não deve ser um artista. Depreciar um criador como Miles cujas cinzas têm mais frescura do que os cliches estafados de Lou Donaldson não é de bom tom, é injusto, vai contra a mais elementar ética e define da forma mais infeliz quem o faz.
Enfim, por essa altura, cortei-o da lista das minhas simpatias. Não que o tenha deixado de ouvir...ainda por cima todos (muitos...) os dias. O indicativo dos "5 minutos de jazz" (Blue Lou, de Lou Donaldson ) transformaram o seu sax alto - e ainda bem - num icon do Jazz em Portugal. As opiniões do saxofonista bem que as dispensamos ... mas não temos essa sorte.
Pelos vistos não foi apenas o palco da Aula Magna que mereceu a arrogância e reaccionarismo do "Blue Lou".
Recentemente, no Festival de Jazz de Portland, onde tocou, Lou Donaldson deu largas á sua "verve" musical ... mas, infelizmente, não só.
Lou regalou o público que assistiu á "Jazz Conversation" - um espaço de debate integrado no festival- com diversos "acepipes".
Miles Davis voltou a ser o visado pela maledicência de Donaldson assim como o rapper 50 Cent (”not worth a quarter”). E não é que teve piada? Mas a coisa não ficou por aí.
Segundo o sr. Lou ele próprio seria "the only real jazz artist" presente no fim de semana de concertos. Diga-se que do cartaz faziam parte gente como Bobby Hutcherson, Patricia Barber, Aaron Parks, Kurt Elling, Pat Martino e Jane Bunnett.
Depois de informar os presentes que a música de gente como Eric Dolphy, Ornette Coleman ou Tom Scott nada tinha a ver com o Jazz, definiu o saxofonista Frank Morgan como "phony" (fraude) e - no mesmo folêgo - Cannonball Adderley como não sendo nada "do que se diz pr'aí ". Sobre Monk limitou-se a dizer que era um pianista horrível. Que era um génio como compositor mas simplesmente não sabia tocar...
Ok. Hans Groiner (ver post seguinte) não inventou nada. Está visto que apenas se inspirou no sr. Donaldson.
Grande Donaldson. Grande jazzman.
Qual Alberto João Jardim, sem papas na língua, ensina-nos o que é o Jazz, quem toca e quem não toca.
Tudo isto cheira a môfo, muito môfo. Cheira á poeira que se acumulou nas dobras encefálicas do sr. Donaldson, as mesmas que servem para produzir a sua música .
E para provar que a idade nada tem a ver com o tal môfo aqui fica o Noneto de Lee Konitz. Ganda Konitz, Deus te dê saudinha!
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